segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ENTREVISTA A SÉRGIO GONÇALVES



Sergio Gonçalves Treinador dos Juniores e Coordenador
 Técnico da Formação Avense

 1-Na tua vida de desportista quais foram já, como treinador, as
equipas que orientas-te.
        A tarefa de treinador vem do tempo em que era jogador, na altura no Lusitânia de Lourosa na 2B (1996-2000), em que, como capitão de equipa, tinha que assumir a equipa interinamente, enquanto não era contratado um novo treinador. No último ano queriam que assumisse definitivamente as funções de treinador, mas recusei sempre, com o argumento de terminar a Licenciatura em Engenharia Civil e não ter curso de treinador. E foi isso que aconteceu. O meu objectivo foi sempre tornar-me independente do Futebol, ter uma formação específica e é isso que tento transmitir aos mais novos. Futebol deve ser encarado como um complemento a uma profissão, seja ela qual for.
        Com a conclusão do curso e início da actividade deixei de ser profissional. Uns anos depois, tirei o curso de treinador e fui convidado, juntamente com o Isaque, de treinar o Bairro F.C. nos Distritais. Estivemos pouco tempo, não havia, na altura, uma organização capaz, era tudo feito ao calha. Largamos o cargo logo após as primeiras semanas.
       Pouco tempo depois, fui convidado pelo Armindo Machado, actual treinador do Leça F.C., a ser seu adjunto no Rebordosa Atlético Clube, na 3.ª Divisão. Estivemos quase dois anos. Tornaram-se insustentáveis as constantes tentativas de interferência no nosso trabalho. Era, e foi, extremamente desgastante e por uns tempos não queria ouvir a palavra treinar...
       Mas foi logo a seguir que a Associação de Moradores do Complexo Habitacional de Ringe, através do seu presidente Joaquim Faria e o Sr. Adílio Pinheiro, me pediram para treinar a equipa de Infantis de futebol de 7, de modo a poderem filiar a equipa na Associação do Porto.
       Devo dizer que foram três anos muito enriquecedores, dois dos quais no futebol de 7 e o último nos iniciados. Não havia campo para treinar, pelo que começamos o projecto de construção de dois sintéticos, de futebol de 5 e de 7, que, neste momento, só precisam da relva. Foi, e é, um trabalho árduo, mas foi muito compensador e sinto-me orgulhoso de fazer parte desse projecto e dessa obra. O ano passado terminei a minha contribuição como treinador, assumindo só a responsabilidade pela obra, que ainda não está terminada.
       Não estava á espera do convite do Sr. Artur Marques no verão passado para assumir os Iniciados. Tinha entregado a pasta em Ringe e queria afastar-me um pouco, estar uns tempos á distância. Fiz uns telefonemas para me inteirar da equipa. Não vou revelar aquilo que disseram, apenas digo que foi muito mau.
      Estava aí um desafio aliciante. Aceitei, juntei o Isaque, e aplicamos aquilo em que nós acreditamos. Gerimos um grupo de atletas que estavam desacreditados e tentámos potenciar ao máximo a qualidade que eles possuem. Esticamos a corda até ao limite, e temos que dizer foram fantásticos. O mérito é dos Atletas. Hoje são olhados de forma diferente. Mas é como costumo dizer: Ainda há muito que fazer.
 2-Depois de um excelente trabalho na época passada na equipa de
iniciados, colocas-te a fasquia muito alta para a época que se
avizinha, achas que podes repetir o mesmo feito.
 Existe uma infinidade de coisas por fazer. Temos de encurtar distâncias para os outros clubes em termos de infra estruturas. O nosso Presidente tem um projecto para melhorar as infra estruturas e nós estamos empenhados em concretizá-lo ainda este ano. Julgo que neste momento podemos aspirar a criar um Modelo de Jogador. Não podemos pensar mais além, porque não existem infra estruturas para mais do que isso. Isso foi transmitido a todos os Treinadores da formação. O objectivo é potenciar ao máximo aquilo que temos, com as condições que temos. Cada treinador deve colocar no final da época jogadores mais competitivos no escalão superior. Para isso o Jogador tem de ter disciplina, carácter, personalidade, humildade, atitude e outros requisitos que formam o nosso Modelo de Jogador. Isso vai criar uma identidade. A nossa identidade. Ganhar mais vezes é consequência disso. Só isso já vai dar um trabalho enorme. 

3-Já quase com um Mês de treinos na equipa junior o que te apraz dizer
sobre esta equipa, e a sua evolução.
     Devo dizer que eles se apresentaram em péssimo estado. Estiveram dois meses sem competir e não se prepararam minimamente para os treinos. A primeira semana foi muito reveladora. Repetindo o que disse anteriormente, estamos a aplicar aquilo em que acreditamos, que é a base para todas as equipas e que assenta principalmente na Disciplina, Carácter, Humildade e Atitude. Estamos a evoluir para transpor isso para uma forma de jogar. Temos tido adversários nos jogos de preparação muito superiores á nossa, que revelam as nossas fragilidades e deficiências. Vai demorar mais tempo do que inicialmente previsto, mas temos tido indicações que estamos a melhorar.

4- E já agora os objectivos desta equipa no Campeonato que se avizinha.
O objectivo já foi revelado anteriormente. Potenciar ao máximo aquilo que temos como base de todo o trabalho na formação. Percorrer todas as as etapas, começando na Disciplina até á atitude e aplica-lo em campo. É o princípio de todas as vitórias.
 5-Como Treinador e coordenador técnico da Formação Avense, o que nos
podes dizer a nível global, o trabalho feito até ao momento das
equipas que coordenas.

A forma como encaramos a Prova extra no final da temporada passada deu-nos um avanço muito grande para a Planificação desta época. Deste modo, começamos atempadamente com as inscrições, dispensas e captações. As equipas estão praticamente definidas, havendo só pequenos ajustamentos a efetuar. Os jogos de preparação estão a decorrer na normalidade, dando indicações positivas da evolução dos atletas. Os treinadores já vêm do ano passado, pelo que existe já um conhecimento maior. Assim estamos em condições de começar a competir nos campeonatos.




Sem comentários:

---------------------------------------------------------------